sexta-feira, 25 de maio de 2018

Bruno Covas decreta estado de emergência em São Paulo e pode apreender combustível (Foto: Celso Tavares/G1)


Por interino
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), decretou nesta sexta-feira (25) estado de emergência por causa do abastecimento prejudicado pelos protestos de caminhoneiros.

Com o decreto, a cidade pode apreender combustível estocado de postos privados, por exemplo, e fazer compras sem licitação. Também permite realizar gastos sem depender de empenho orçamentário.

“Não é uma situação corriqueira. Não se trata de um problema menor. Amanhã talvez tenha problema no serviço funerário”, disse Covas ao SPTV.

“O prefeito determinou também a criação de um comitê de crise que vai avaliar e tomar as medidas necessárias. Caso continue a situação de desabastecimento provocado pelas manifestações, pode haver decretação de feriado municipal. O estado de emergência pode evoluir para estado de calamidade pública”, diz a nota.

“Dentre as medidas a serem adotadas estão a suspensão de serviços administrativos não essenciais com vistas à economia de combustível. O prefeito determinou também a criação de um comitê de crise que vai avaliar e tomar as medidas necessárias. Caso continue a situação de desabastecimento provocado pelas manifestações, pode haver decretação de feriado municipal. O estado de emergência pode evoluir para estado de calamidade pública”, diz o texto.

O comitê será presidido pelo prefeito e será composto pelos secretários de Justiça, Governo, Comunicação, Fazenda, Segurança Urbana, Procurador Geral do Município.

“A Prefeitura, com o auxílio da Polícia Militar, continua empenhada em fazer valer a liminar obtida na quinta-feira, que obriga os grevistas a suspender atos que impeçam o abastecimento de combustível para os serviços essenciais”.

O prefeito está reunido no início da tarde desta sexta com secretários para definir quais medidas vão ser tomadas.

“[O estado de emergência] possibilita a gente não ter que respeitar alguns prazos para a troca de equipamento. “Podemos decretar ponto facultativo ou até feriado municipal pra poder diminuir a circulação de pessoas na cidade”, disse Covas.

“Desde ontem [quinta] nós conseguimos uma liminar que permite inclusive a gente requisitar força policial pra gente poder trazer combustível para cidade de São Paulo”, completou.

A cidade de São Paulo e a região metropolitana vivem nesta sexta mais um dia de bloqueios em rodovias, filas em postos de gasolina, redução em frotas de ônibus, suspensão da coleta de lixo e manifestações, como carreatas de vans escolares.

Os bloqueios na Régis Bittencourt entram no quinto dia e causam congestionamento. Manifestações de motoristas de vans escolares também acontecem em vários pontos da capital paulista e em Guarulhos.

Na cidade de São Paulo, apenas 58% da frota de ônibus municipais da capital está circulando, segundo a SPTrans, por causa da falta de combustível. A companhia autorizou as empresas que operam o serviço a colocar apenas 40% da frota nos horários de entrepico.

Veja os principais reflexos da paralisação na Grande São Paulo:

Rodovias com protestos

Régis Bittencourt: na rodovia, os caminhoneiros permanecem parados na altura do km 280 em ambos os sentidos, perto da saída do Rodoanel. Apenas uma faixa permanece aberta em ambos os sentidos para carros. Há relatos de que caminhoneiros verificam alguns dos veículos de passeio para verificar se estão levando carga.

Dutra: Manifestação de motoristas do transporte escolar saiu de Guarulhos pela pista marginal da Dutra, sentido São Paulo, e segue em baixa velocidade para a Marginal Tietê. Estão na altura do Km 213.

Raposto Tavares: Bloqueio parcial na altura do quilômetro 29, em Cotia. Caminhões tiveram pneus furados na altura do km 24, sentido São Paulo. Carreata de vans escolares também ocupa uma faixa no sentido São Paulo, altura do km 11.

Fernão Dias: bloqueada nos dois sentidos

Alimentos:

O tradicional congestionamento na Avenida Gastão Vidigal, para acessar a Ceagesp, não ocorre nesta sexta-feira. O movimento está bem menor do que o normal e muitos caminhões não saíram para entregar mercadorias. Os que saíram, ficaram nos bloqueios.

O preço da batata subiu até 94,8% com a greve dos caminhoneiros. A batata lavada, que custava R$ 2,20 o kg no dia 16, passou para R$ 4,29. Outros produtos também tiveram um grande aumento de preços em relação ao que era cobrado na semana passada: couve (49,1%), abobrinha (42,8%), jiló (40,9%) e chuchu (38,2%).

Aeroportos:

Cumbica

Os voos de Cumbica estão decolando normalmente porque o abastecimento de combustíveis é feito por um duto.

Congonhas

Caminhões reabasteceram nesta quinta-feira (24) o aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), que corria risco de ficar sem combustível para os aviões em razão da greve de caminhoneiros em todo o Brasil. Há estoque suficiente até sexta-feira (25).

Segurança:

A Polícia Militar de São Paulo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o tempo de parada das viaturas nas ruas aumentou para economizarem combustível. Com isso, as viaturas ficam mais tempo estacionadas em locais estratégicos. Protestos de caminhoneiros em rodovias do estado desde segunda-feira (21) prejudicam o abastecimento nos postos de combustíveis.

O aumento de tempo de parada não foi definido na capital paulista, porém, no litoral sul do estado, esse tempo aumentou de 20 para 30 minutos.

Coleta de lixo: Suspensa na capital paulista. “A gente manteve a coleta do resíduo que é mais tóxico, como hospitalar. Racionalizamos a coleta de lixo domiciliar. Também no dia de hoje a coleta está sofrendo uma grande redução. Quero aproveitar a oportunidade pra pedir que ainda no dia de hj [a população] não coloque o lixo nas ruas, esperando a normalidade da volta da coleta pra aí deixar o lixo de volta na rua.”, disse Covas.

Rodízio de veículos: suspenso

Metrô e CPTM: funcionam com 100% da capacidade

Ônibus: 58% da frota; autorizados a operar com 40% da frota fora dos horários de pico

Escolas: funcionam

Merenda: Etecs e Fatecs vão servir merenda seca; rede municipal afirma que, por hora, merenda não foi afetada

Unidades de saúde: funcionam

G1

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