Nos últimos três anos, a quantidade de policiais assassinados no Rio Grande do Norte cresceu 375%. Foram 4 em 2016; 18 em 2017; e, até junho, 15 em 2018. Atualmente, o estado já chegou a 83% da quantidade de policiais mortos do ano passado. Se a tendência continuar, em julho, o RN baterá o total de agentes que foram vítimas do crime em 2017. Esse levantamento foi feito pelo repórter Sérgio Costa com base nos números oficiais relativos ao assunto.
Também se a tendência seguir, no fim do ano, a quantidade de policiais vitimados será o dobro de 2017 e o equivalente a oito vezes mais que em 2016. Este ano, as mortes de policiais tem uma média de 5 a 6 (5,5) vítimas a cada dois meses. Em 2017, esse número era de 3 policiais a cada dois meses, quase metade. Em 2016, só para dar uma ideia, a média era 1 vítima a cada 3 meses.
Quantidade de policiais mortos é o maior da história do RN
Nunca antes o Rio Grande do Norte registrou tantas mortes de policiais na sua história. O presidente da Associação de Cabos e Soldados da PMRN (ACSPMRN), Roberto Campos, afirma que a atual situação é extremamente preocupante. “Em 17 anos de Polícia Militar, nunca vi tantos colegas meus serem assassinados de maneira tão covarde e brutal”, diz.
A secretária de segurança pública, Sheila Freitas, afirma que a secretaria tomou algumas providências. “Foi criada uma comissão de delegados, agentes e escrivães somente para as investigações”, informa. Diante da violência constatada, a secretária orienta os PMs a aumentar os cuidados. “A gente também pede aos profissionais de segurança a terem um cuidado redobrado nas suas idas e vindas. Ter uma atenção maior porque todos nós somos vítimas em potencial”, explica a secretária.
Veja abaixo a lista de policiais mortos no Rio Grande do Norte em 2018:
7 de janeiro – Cabo Carlos Alberto Araújo da Costa, 48 anos. Morto a tiros nas Rocas, Zona Leste de Natal.
15 de janeiro – Sargento André Mário Dantas Siqueira, 40 anos. Morto a tiros no bairro de Golandim, São Gonçalo do Amarante, Grande Natal.
26 de janeiro – Sargento José Ailton de Lira, 51 anos. Morto a tiros na comunidade de Jaceré Mirim, São Gonçalo do Amarante, Grande Natal.
29 de janeiro – Sargento da reserva Itagibá Maciel de Medeiros, 54 anos. Morto a tiros no município de Extremoz, Grande Natal.
29 de janeiro – Cabo Darlan Santana de Carvalho, 40 anos. Morto a tiros (baleado na cabeça) no bairro Planalto, Zona Oeste de Natal.
28 de fevereiro – Cabo William Soares, 40 anos. Morto dia 28 de fevereiro, a tiros, no bairro de Pajuçara, Zona norte de Natal.
23 de março – Sargento da reserva Luiz Valdécio Faustino, 57 anos. Morto a tiros, após ser perseguido, em Mossoró, próximo ao aeroporto da cidade.
26 de março – Soldada Caroline Pletsch, 32 anos. Morta a tiros no conjunto Parque das Dunas, Zona Norte de Natal.
4 de abril – Cabo Dioclécio Ferreira da Lima Júnior, 40 anos. Morto a tiros durante um assalto na saída de um banco na Zona Sul de Natal.
8 de abril – Sargento da reserva Helton Cabral da Silva, de 42 anos. Foi morto a tiros em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal.
21 de abril – Sargento José Edivaldo do Nascimento, de 46 anos. Foi morto durante uma tentativa de assalto no bairro Alecrim, na Zona Leste de Natal.
4 de maio – Subtenente da reserva Raimundo Ribeiro da Silva, de 65 anos. Foi executado a tiros numa granja na zona rural de São Gonçalo do Amarante.
8 de maio – Cabo Waldembergue Cruz de Lima, de 45 anos. Foi morto a tiros no conjunto Nova Natal, na Zona Norte de Natal.
2 de junho – Soldado Kelves Freitas de Brito. Morto a tiros no bairro Cohabinal, em Parnamirim, na Grande Natal.
8 de junho – Cabo Melqui Djalcy Rodrigues, de 41 anos. Morto a tiros no conjunto Cidade Nova, bairro de Nova Natal, Zona Norte da capital.
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