Para Kim Jong-un, o sucesso da cúpula de Cingapura é imediato e concreto: o ditador do país mais isolado do mundo apareceu lado a lado com o presidente da maior potência global e se legitimou como estadista no cenário internacional. Também levou de volta a Pyongyang o anúncio de Donald Trump de que os EUA suspenderão exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, aos quais a dinastia Kim sempre se opôs. O presidente americano usou a mesma linguagem do regime ditatorial para descrever os “jogos de guerra” e disse que eles são uma provocação.
Em troca, a Coreia do Norte se comprometeu com a “completa desnuclearização da península coreana”, promessa que o país repete desde 1992. A declaração assinada por Trump e Kim não estabelece prazos para que isso ocorra nem define com precisão o que “desnuclearização” significa. Ela é o abandono de todos os mísseis, ogivas e instalações nucleares da Coreia do Norte ou abrange também o fim do escudo nuclear com o qual os EUA protegem a Coreia do Sul e o Japão? E o que acontecerá com os cerca de 80 mil soldados que os EUA mantêm no Japão e na Coreia do Sul? Trump afirmou que eles não são “parte da equação” no momento, mas serão em algum ponto.
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