quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Relatório do Obvio mostra que 57% das vítimas de homicídios no Rio Grande Norte são jovens


Um jovem de 18 anos morre ao levar um tiro disparado por um assaltante em fuga. Seu nome é Arthur Lima de Oliveira. Uma moça chamada Kívia Pereira dos Santos, 22, é perseguida e baleada por dois bandidos próximo a um churrasquinho. Um rapaz de 16 anos, Benes Junior, morre após ser atingido por um tiro vindo da polícia, momentos após ser  sequestrado por uma dupla dirigindo o carro da mãe. Um dos assaltantes de Benes, Matheus da Silva Régis, de 17 anos, também morre no local. Esses casos aconteceram entre 2018 e 2019 no Rio Grande do Norte.
Eles fazem parte de um total de 5.121 de jovens de 15 a 29 anos vítimas da violência no Estado entre 2015 e 2019, 57% de todos os homicídios no RN neste período.  Embora apresentem índices tidos como alarmantes e preocupantes segundo interlocutores do setor, os números mostram queda no Rio Grande do Norte. A série histórica mostra que os números eram 967 em 2015, 1.130 em 2016 e tiveram um ápice em 2017, com 1.395 mortes de jovens, sendo considerado o anos mais violento. O número caiu para 1.102 em 2018 e 527 até 31 de agosto de 2019. Em comparação com o mesmo período do ano passado, por exemplo, há uma redução de 33,2%.
Os números foram retirados do  relatório Mortandade da Juventude 2015 – 2019, produzido pelo Observatório da Violência Letal e Intencional no Rio Grande do Norte (OBVIO), divulgado nesta quarta-feira (25).  O pesquisador da área da Segurança Pública, violência e sistema prisional Francisco Augusto Cruz, disse que “quando o Estado não chega, o mundo do crime chega” e citou que, a nível nacional, não há uma política pública voltada para o âmbito da juventude. “Muito embora tenhamos um estatuto da juventude, um comprometimento do estado para com o público jovem, esse governo não está assumindo a responsabilidade”, comentou.
O estudo do Obvio é construído por meio do Sistema Metadados1 que consiste no tratamento interpolado de dados de diversas fontes governamentais e não-governamentais (Datasus, Sirc, Ciosp, Itep, Dhpp, Coine, MPRN, além de outras fontes.

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