O estado tem sofrido com atos violentos desde o dia 2 de janeiro. Forças de segurança investigam o envolvimento do crime organizado
Ônibus incendiado no último 10/1 em Fortaleza
Em mais uma madrugada de ataques neste domingo (20), bandidos explodiram bombas caseiras num posto de combustível e incendiaram um ônibus e um caminhão no Ceará, que vive uma crise de segurança pública.
O estado tem sofrido com atos violentos desde o dia 2 de janeiro. Forças de segurança investigam o envolvimento do crime organizado, e suspeitam que as ordens para os ataques partam de dentro dos presídios.
O posto incendiado fica na CE-065, em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. Homens jogaram coquetéis molotov em uma bomba de combustível, na noite de sábado (19), e fugiram a pé. O incêndio foi controlado por funcionários do posto, e ninguém ficou ferido.
Na mesma noite, um ônibus do transporte coletivo foi incendiado na periferia de Fortaleza, depois de um criminoso armado ter feito sinal e obrigado os passageiros e o motorista a descerem. Ninguém se feriu.
Já na madrugada de domingo (20), criminosos atearam fogo a um caminhão no galpão de uma empresa de recolhimento de lixo em Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza.
Segundo balanço divulgado neste sábado (19), 399 pessoas suspeitas de envolvimento nos atos de violência já foram detidas, de acordo com a secretaria da Segurança Pública do Ceará.
Desde que a onda de ataques começou, o governo estadual já anunciou um pacote de medidas para combater o crime organizado, como a convocação de policiais da reserva para reforçar o policiamento e o pagamento de recompensa a quem der pistas que levem à elucidação de crimes.
O estado também recebeu cerca de 400 homens da Força Nacional no início do mês, para policiamento ostensivo e vigilância de presídios, e pediu novos reforços ao ministro da Justiça, Sergio Moro, nesta semana.
Os episódios começaram depois de o governador Camilo Santana (PT), reeleito para seu segundo mandato, ter anunciado que uma de suas prioridades seria endurecer as regras nas penitenciárias estaduais, cujo domínio é disputado por facções criminosas.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança, o Ceará foi, em 2017, o terceiro estado do país com mais mortes violentas. A taxa foi de 59,1 mortos a cada 100 mil habitantes. À frente do estado estiveram apenas Rio Grande do Norte (68) e Acre (63,9).
Em 2018, segundo dados divulgados pelo estado, houve queda de 10,5% na taxa de homicídios entre janeiro e novembro de 2018, comparado com 2017.
Mesmo assim, no ano passado ocorreu a maior chacina da história do Ceará, com 14 mortos durante uma festa na periferia de Fortaleza, em janeiro, e a morte de seis reféns após ação policial para evitar assalto a dois bancos em Milagres, no interior, em dezembro.
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